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Se alguém lhe disser que está sofrendo abuso, você sabe como ajudar?

 

Há muito estigma e silêncio em torno da violência baseada em questões de gênero em nossa sociedade. Muitas pessoas que sofrem abusos são envergonhadas, silenciadas e estigmatizadas, e muitas pessoas não sentem que têm a confiança ou o conhecimento necessário para apoiá-las.

 

Se alguém fizer este símbolo e você o conhecer, é um convite para fazer contato novamente quando for mais seguro para falar. Uma alternativa é enviar uma mensagem de texto com uma pergunta genérica, cuja resposta seja sim ou não. Pergunte por exemplo: você quer que eu ligue para o 180?

 

Em geral, é mais provável que alguém que você conheça use o sinal, pois a questão da confiança é um dos fatores primordiais para um pedido de ajuda. Também porque quem pede ajuda terá que compartilhar particularidades e intimidades, nem sempre são agradáveis de serem compartilhados.

 

Caso veja um estranho usando o sinal, por exemplo em um carro em movimento, em uma janela, ou em qualquer lugar público, significa que a pessoa pode estar em perigo, portanto o melhor a fazer é ligar para o 190.

 

Ao contatar uma pessoa que pede ajuda, o seu papel é apoiá-la para conseguir a ajuda de que precisa, permitindo que assuma o protagonismo. É importante deixar a pessoa liderar o que ela precisa e deseja, e não lhe dizer o que fazer. 

 

Fale com a pessoa em segurança, jamais a exponha. Se não for possível falar por telefone, use um serviço de mensagens como o Whatsapp, ainda assim, tenha muito cuidado. Use perguntas genéricas, por exemplo: (a) Como você está? (b) Como posso ajudá-lo? (c) Quando puder entre em contato comigo.

 

Como buscar ajuda

As mulheres devem procurar, em primeiro lugar, um Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRM) em sua cidade. No CRM, podem receber orientações para entender a situação pela qual estão passando e obter informações de como romper o ciclo da violência. Em locais em que não existe nenhum serviço especializado, é possível buscar apoio nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), assim como nos núcleos da Defensoria Pública e do Ministério Público.

 

Adicionalmente, o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher é um serviço criado para o combate à violência contra a mulher e oferece três tipos de atendimento: registros de denúncias, orientações para vítimas de violência e informações sobre leis e campanhas. Funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O contato pode ser por telefone (180), Whatsapp, ou aplicativo de celular (Direitos Humanos Brasil), desenvolvido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

 

Além disso, é possível recorrer a uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) ou a uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Se o município não possui esse serviço, as Delegacias de Polícia podem registrar as ocorrências.

 

Esses recursos são ferramentas importantes para quem é vítima da violência de gênero. Apesar de ser muito difícil, quebrar o silêncio e revelar as agressões que sofre, é uma atitude libertadora, pois reduz o isolamento e oferece apoio e acolhimento.

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“Existem muitas oportunidades de manter a cabeça fora da água e poucas oportunidades de mudança de vida. Essa proporção, em última análise, faz muita gente desanimar.”

 

luizalves - fundador da Associação Bemquetequero

 

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