A violência doméstica é um grave problema global que aumentou significativamente durante a pandemia de COVID-19, e não para de crescer. A violência doméstica é caracterizada como todo tipo de violência praticada entre os membros que moram na mesma casa. Não é incomum ocorrer entre pessoas com laços de sangue, como pais e filhos, e também entre casais e outros tipos de parentes.
A violência doméstica não se caracteriza somente pela violência física, mas também pela violência psicológica, sexual e moral, incluindo o abuso sexual de crianças e maus tratos de idosos. No Brasil, a violência doméstica é um problema muito predominante por mulheres, embora se registre muitos casos de violência contra crianças e adolescentes e de violencia contra idosos.
A violência doméstica ocorre em todo o mundo, em todos os extratos sociais, inclusive em países mais desenvolvidos. No Brasil, acredita-se que tenha relação com a construção de uma sociedade machista e patriarcal que se desenvolve desde o processo de colonização. Por isso, a violência doméstica ocupa o topo das preocupações da sociedade organizada, e muito esforço vem sendo feito para reverter essa tendência.
Uma pesquisa feita pelo Senado, no Brasil, aponta que 1 em cada 5 brasileiras já sofreu algum tipo de violência doméstica, no entanto, menos da metade denunciou o agressor. A razão por que muitas mulheres deixam de denunciar os agressores é por medo, vergonha ou falta de recursos financeiros.
O grande desafio da violência doméstica, em especial contra a mulher, é que, em muitos casos, evolui para o feminicídio. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2013 o Brasil ocupava o 5º lugar, entre 83 países onde mais se matam mulheres. São 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, quase 30% dos crimes ocorrem dentro de casa.
Grande parte dos feminicídios ocorre na fase em que as mulheres estão tentando se separar dos agressores, e depois de sofrer várias agressões, desenvolvem depressão e não conseguem reagir. Em muitos casos, acreditam que suportar as agressões e continuar no relacionamento é uma forma de proteger os filhos, mas isso pode trazer consequências de saúde para as crianças, além de torná-las suscetíveis à agressão.
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), fruto de uma intensa mobilização social para proteger as mulheres vítimas de abusos de todas as naturezas, foi promulgada em agosto de 2006, representa um marco histórico na luta contra a violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil.
Mas a lei somente não resolve a questão, em especial conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar agressores, por isso, ainda há muito a ser feito para erradicar a violência de gênero no Brasil, mas o mais importante é agir ao tomar conhecimento de qualquer tipo de violência doméstica. Qualquer pessoa pode denunciar um agressor, inclusive de forma anônima.
Saiba quando alguém está pedindo ajuda
Se você estiver em uma situação insegura com um parceiro ou estranho, pode ser difícil saber o que pode fazer para pedir ajuda. Por isso, muitos esforços têm sido feitos para criar mecanismos para pessoas pedirem ajuda em qualquer situação. Essas situações incluem violência em casa, enfrentar perseguidores e evitar estupro em encontros.
Vários “sinais silenciosos” surgiram para as pessoas pedirem ajuda quando estão em perigo, incluindo um sinal manual universal. Também foram criados acessórios de alarme, novos recursos de empresas de compartilhamento de viagens, códigos para pedir ajuda em bares, dentre outros. Mas, o sinal manual criado no Canadá tem chamado a atenção devido a sua simplicidade e a segurança para qualquer pessoa avisar que está em perigo. Por isso, esse sinal de ajuda se proliferou mundialmente.
“Existem muitas oportunidades de manter a cabeça fora da água e poucas oportunidades de mudança de vida. Essa proporção, em última análise, faz muita gente desanimar.”
luizalves - fundador da Associação Bemquetequero